quarta-feira, 29 de maio de 2013

Os alimentos e as emoções (EUFIC)

Os alimentos e as emoções (EUFIC)


Comer nunca se limitou nem se há-de limitar simplesmente à satisfação da sensação física de fome. Nós comemos não apenas para “calar” o estômago, mas também para satisfazer o apetite e lidar com as nossas emoções.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Neuroplasticidade cerebral








Quem disse que  “não se pode ensinar truques novos a um cachorro velho”?


Neuroplasticidade ou remapeamento cortical é a capacidade do cérebro de modificar sua estrutura e função, em decorrência de experiências anteriores.
 Estas experiências podem ser o processo de aprendizado, um trauma ou lesão, devido o cérebro ser “plástico” e “maleável”. A descoberta dessa característica é recente e desafia a crença anterior entre cientistas de que o cérebro não muda após a infância. 

Por meio de pesquisas científicas sabe-se atualmente que por mais que o cérebro seja incapaz de se regenerar ele pode se organizar. Isso pode ocorrer através da neuroplasticidade neuronal, onde novas conexões podem ser feitas através de um rearranjo dos neurônios em estímulos adequados e intensos.



 "Mesmo  que o cérebro não consiga reconstruir o tecido afetado ou perdido,  ele é capaz de usar o que sobrou e modificar a maneira como essas regiões restantes do cérebro são usadas. A base  disso tudo é o uso. A reorganização funcional do cérebro acontece quando existe demanda, ou seja, quando  nós insistimos em  resolver um problema." HOUZEL (2010)







Neuroplasticidade cerebral é um assunto que me chamou bastante atenção em minha formação acadêmica. Interessei-me  sobre este assunto ao estudar sobre os sentidos.  O estímulo maior foi através da primeira tentativa de elaboração de  um artigo científico sugerido pelos professores. Escolhi o tema paralisia cerebral grave após visitar uma instituição que atendia crianças nestas condições. Através de entrevista semi - estruturadas encontrei meu objeto de estudo. Durante a pesquisa de campo optei pelo estudo de caso. Comecei a observar uma criança que me chamou bastante atenção. A criança antes de começar a chorar apresentava crise de risos simultaneamente.  Buscando mais informações sobre esta criança, pude entrar em contato com os profissionais e as cuidadoras que trabalhavam no local.  O objetivo principal dos profissionais era controlar as reações emocionais das crianças que estariam dando muito trabalho para as cuidadoras. A alternativa utilizada  seria trabalhar os sentidos.  A criança com paralisia cerebral grave não pode correr ou fazer tudo que uma outra criança faz. O tempo inteiro algumas delas permanecem acamadas e outras  em berços com grades para que não se machuquem diante da sua movimentação física.

  “Paralisia Cerebral (PC) na infância é conseqüência de uma lesão estática,
ocorrida no período pré, peri ou pós-natal que afeta o sistema nervoso central em fase de maturação estrutural e funcional da criança (WHO, 1999).
 Pode ser considerado como um distúrbio ou transtorno dos movimentos e da postura, que não regride e não progride, e assim não se caracteriza como doença ou síndrome. Pode trazer dificuldades nos movimentos, na locomoção, audição e visão do bebê. Mas em 90% dos casos, a inteligência de que tem PC é preservada.
-      A paralisia cerebral não é contagiosa
-     A pessoa portadora da paralisia cerebral tem inteligência normal, a não ser que a lesão tenha afetado áreas do cérebro responsáveis pelo pensamento e memória. Se a pessoa portadora de paralisia tiver sua visão ou audição prejudicada pela lesão, terá dificuldades para entender as informações como normalmente são transmitidas; se os músculos da fala forem atingidos, terá dificuldade para comunicar seus pensamentos ou necessidades. Quando tais fatos são observados, a pessoa portadora da paralisia cerebral pode ser erroneamente classificada como deficiente mental ou não inteligente. ( Trecho do artigo acadêmico)"

Na Instituição visitada, verificou-se que a  fisioterapia entra como fator preponderante para auxilia-las no processo de controle das emoções. A natação e o uso de buchinhas e outros  materiais que as auxiliem na percepção dos sentidos seria uma forma relevante de alcançar o objetivo. O investimento na percepção  dos sentidos seria a porta de entrada da psicologia que entraria estimulando a criança a achar um meio de se comunicar. A comunicação, então,  seria  aprendida através do processo de  neuroplasticidade cerebral, ou seja, as crianças seriam levadas  a trabalharem partes do cérebro que ainda não estivessem lesionadas e com isso descobrirem em seu corpo partes que pudesse ajuda-las na comunicação.Quando se trata de paralisia cerebral grave, a fala e outras partes do corpo se tornam comprometidas. A emoção dessas crianças é real e para auxilia-las tais profissionais tendem a investir na possibilidade que o próprio corpo  ainda oferece para tentar aliviar o sofrimento delas.

No trabalho de observação percebíamos que algumas crianças  se comunicavam através do olhar, outras através de um carinho ou toque na testa, na barriga, no rosto ou qualquer outra parte do corpo que as fazia reagir de forma a leva-las a se sentirem melhores. Aparentemente, para qualquer pessoas que visita crianças com paralisia cerebral grave, talvez achem que elas não tendem a perceber a presença ou os acontecimentos do ambiente, entretanto, entendendo um pouco mais sobre o que é a neuroplasticidade e suas implicações nas ações e reações do ser humano com o ambiente, pode-se entender que estas crianças  podem apresentar uma percepção bem aguçada do ambiente e das pessoas que as circulam. Tais percepções podem ser estimuladas determinando reações.  Entende-se , então, que o ser humano percorre todo o corpo humano para conseguir se comunicar e que o cérebro detém mecanismos para facilitar o processo.  Desta forma, mesmo com paralisia cerebral grave , a criança não deixa de apresentar um talento ou potencialidade.

Observa-se que em instituições que recebem criança com paralisia cerebral grave, existem crianças que chegam, por exemplo, rejeitando o toque. Na Instituição visitada, no trabalho da fisioterapia e da psicologia, muitas delas conseguem o caminho da comunicação através do estímulo dos sentidos na tentativa de auxiliá-las a descobrir em qual deles ela  poderia utilizar para se comunicar. O trabalho na piscina e a presença de música no ambiente seria também um dos recursos utilizados para tal finalidade. O estimulo a socialização também predomina. A carência e presença de pessoas que as visitem sempre foi muito marcante para as crianças segundo os profissionais e as cuidadoras, sendo de grande valia para o trabalho dos profissionais.  Elas sentem uma necessidade muito grande de receber visitas. 



Para exemplificar, durante o momento da investigação do caso,  pudemos presenciar  como o processo de neuroplasticidade cerebral estaria acontecendo. O fisioterapeuta ao atender uma criança informou que ela havia aprendido a gostar de ser tocada. A criança rejeitava o toque e no decorrer dos estímulos recebidos aprendeu a se comunicar através dele.  Ela  não havida recebido por parte dos pais nenhum estimulo de carinho ao nascer. 

Estimulando os sentidos, as crianças entendem que  podem  se comunicar. Acompanhar uma pessoa através do olhar e dar um sorriso seria um dos progressos alcançados pelas crianças. Outras haviam entendido que  a audição lhe trazia um determinado   prazer de ouvir música a ponto de sempre  chorarem  para estar perto do rádio. Um fato curioso observado é as cuidadoras faziam o papel de mãe conhecendo com maior profundidade a necessidade individual de cada criança e a forma de lhe dar com elas quando em crise, pois além da paralisia ainda tinha o fator emocional sendo tratado por psiquiatra.  Foi a partir do contato com as crianças que compreendi um pouco mais sobre a neuroplasticidade cerebral e percebi que poderia estudar mais sobre os sentidos e  suas implicações nas emoções . Percebi que o estudo deste assunto é escasso e que há muito o que fazer em pesquisas e em trabalhos para favorecer ou tentar trazer maior alívio neste tipo de  limitação existe em  crianças e adultos.

A neuropsicologia esclarece melhor sobre o funcionamento do cérebro,  trazendo  uma maior compreensão sobre o distúrbio neuro-motor severo , tal como a paralisia cerebral e como poderia  ocorrer o processo de neuroplasticidade cerebral.

Entender sobre neuroplasticidade neural, não significa que ela possa ocorrer apenas em processos patológicos, podendo  assumir um papel muito importante no funcionamento normal do sujeito.  A característica do SNC (Sistema Nervoso Central) é de  ser consideravelmente plástico durante toda a vida em situação patológica ou não. Verifica-se que o   cérebro tende a sofrer alterações o tempo inteiro e por isso sugere-se maiores estudos para compreender a complexidade de seu funcionamento.






Referência:



As implicações do sensorial no emocional a partir de estímulos em crianças com paralisia cerebral (Artigo acadêmico)




segunda-feira, 27 de maio de 2013

Bertrand Russel




Bertrand Arthur William Russell
 Nasceu em 18 de maio de 1872




Ficheiro:Honourable Bertrand Russell.jpg


Russell foi um Político liberal, activista, um popularizador da filosofia e um dos mais influentes matemáticosfilósofos e lógicos que viveram no século XX. Foi respeitado por inúmeras pessoas como uma espécie de profeta da vida racional e da criatividade.

Nasceu em 1872, no auge do poderio econômico e político do Reino Unido , e morreu em 1970, vítima de uma  gripe, quando o império se tinha desmoronado e o seu poder drenado em duas guerras vitoriosas mas debilitantes. Até à sua morte, a sua voz deteve sempre autoridade moral, uma vez que ele foi um crítico influente das armas nucleares e da guerra estadunidense no Vietnã. Era inquieto.





  • Contribuições:

- Lutou pelos ideais humanitários e pela liberdade do pensamento, recebendo o Nobel da Literatura em 1950 em reconhecimento dos seus variados significados. 


- Durante sua longa vida, Russell elaborou algumas das mais influentes teses filosóficas do século XX, e, com elas, ajudou a fomentar uma das suas tradições filosóficas, a assim chamada Filosofia Analítica

Segundo Russel, A ética ecocêntrica coloca a natureza como tema central do planeta e o homem como parte dela. Esta concepção se contrapõe à ética antropocêntrica, adotada pela cultura tradicional européia, que considera o homem como o centro e senhor do universo e a natureza como subordinada aos seus interesses. A visão ecocêntrica parte de dois princípios: em primeiro lugar, considera que todos os seres que compõem a natureza, da mesma forma que o homem tem direito à vida; segundo, que é impossível preservar o homem se a natureza for destruída. Quer dizer: estamos todos em um mesmo barco. Ou nos salvamos todos ou não se salva ninguém. Além disso, a ética ecocêntrica responsabiliza o homem pela salvação de todos, pois ele é o único que tem consciência do que está acontecendo e é o que mais destrói.

Causas políticas 

Russell passou os anos 1950 e 1960 envolvido em várias causas políticas, principalmente relacionadas com o desarmamento nuclear e a oposição à Guerra do Vietnã
Ao longo de sua vida Russell escreveu diversos livros e ensaios criticando e propondo novas soluções para a sociedade em diferentes momentos, desde a virada do século XIX até boa parte do século XX. 

Visão sobre a sociedade 



"O sistema que preconizamos é uma forma de socialismo de guilda, tendendo mais talvez para o anarquismo do que o aprovariam inteiramente seus defensores oficiais. É nas questões que os políticos habitualmente ignoram - ciência, arte, relações humanas e alegria de viver - que o anarquismo se mostra mais forte, e é principalmente por causa delas que incluímos em nossa discussão certas propostas mais ou menos anarquistas, como por exemplo, o 'salário do ócio'. É por seus efeitos fora da economia e da política, ao menos tanto quanto por seus efeitos nelas, que um sistema social deve ser julgado. E, se o socialismo um dia vier, é provável que só se revele benéfico se os bens de natureza não econômica forem valorizados e conscientemente procurados." Bertrand Russel



Pacifismo, guerra e armas nucleares 


Russell nunca foi um completo pacifista. Ele resistiu a guerras específicas cujas motivações eram contrárias aos interesses da civilização e, portanto, imorais. 


"De minha parte, enquanto eu estiver convencido de ser um socialista assim como o mais ardente marxista, eu não considero o socialismo como um evangelho de vingança do proletariado, nem mesmo, "principalmente", como um meio de assegurar a justiça econômica. Considero o socialismo como sendo principalmente um ajuste da produção das máquinas com base em considerações de bom senso, e calculado para aumentar a felicidade, não só de proletários, mas de todos, exceto uma pequena minoria da raça humana que insistirá em combater este novo modelo de maneira tão radical que não será possível estabelecer um novo mundo sem que tal grupo seja derrotado."
 Bertrand Russell
"The Case for Socialism" (In Praise of Idleness, 1935, pg. 81)


Russell era um membro da Partido Liberal Britânico e escreveu em favor do sufrágio feminino. Em seu panfleto de 1910, ansiedades Anti-Suffragist, Russell escreveu que alguns homens que se opunham ao sufrágio o faziam porque "...têm medo de que a liberdade deles para agir de maneiras tão prejudiciais para as mulheres fosse reduzida." Em maio de 1907, Russell concorreu para o Parlamento Britãnico levantando a bandeira do sufrágio feminino, mas não foi eleito

Sexualidade 

Rusell escreveu contra a noção de moralidade vitoriana. O livro O casamento e a moral (1929) expressou sua opinião de que o sexo entre um homem e uma mulher que não são casados ​​entre si não é necessariamente imoral se eles realmente se amam, e defendeu "casamentos experimentais" ou " casamentos de companheirismo" - as relações em que os jovens poderiam legitimamente ter relações sexuais sem serem, a longo prazo, obrigados a manterem-se casados ou a terem filhos - ante uma ideia proposta pela primeira vez pelo juiz Ben Lindsey) formalizada na época.  

 Russell também foi um dos primeiros intelectuais a defender abertamente a educação sexual e amplo acesso a métodos contraceptivos. Defendia ainda a facilitação do divórcio, mas somente no caso de caso de casamentos sem filhos - a visão de Russell era de que os pais deveriam permanecer casados mas tolerantes à infidelidade sexual caso tivessem filhos. Russell também foi um ativo defensor dos direitos dos homossexuais, sendo um dos signatários da carta de A.E. Dyson de 1958 para o The Times pedindo uma mudança na lei sobre práticas homossexuais, que foram parcialmente legalizados em 1967, quando Russell ainda estava vivo. 

Russell propôs, em sua autobiografia, um "código de conduta" liberal baseado em dez princípios, à maneira do decálogo cristão. "Não para substituir o antigo", diz Russell, "mas para complementá-lo". Os dez princípios são:

Não tenhas certeza absoluta de nada.

- Não consideres que valha a pena proceder escondendo evidências, pois as evidências inevitavelmente virão à luz.

- Nunca tentes desencorajar o pensamento, pois com certeza tu terás sucesso.

- Quando encontrares oposição, mesmo que seja de teu cônjuge ou de tuas crianças, esforça-te para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, pois uma vitória que dependente da autoridade é irreal e ilusória.

- Não tenhas respeito pela autoridade dos outros, pois há sempre autoridades contrárias a serem achadas.

Não uses o poder para suprimir opiniões que consideres perniciosas, pois as opiniões irão suprimir-te.

Não tenhas medo de possuir opiniões excêntricas, pois todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas excêntricas.

Encontra mais prazer em desacordo inteligente do que em concordância passiva, pois, se valorizas a inteligência como deverias, o primeiro será um acordo mais profundo que a segunda.

Sê escrupulosamente verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais inconveniente se tentares escondê-la.

Não tenhas inveja daqueles que vivem num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso.

  • Frases de Russel: 

" Não possuir algumas coisas que desejamos é parte indispensável da felicidade" Bertrand Russell

" O tempo que você gosta de perder não é tempo perdido". Bertrand  Russell



sexta-feira, 24 de maio de 2013

O virtual e o imaginário




O virtual e o imaginário 

A internet surgiu em  período áureo do momento da guerra fria. É intrigante como tudo começou e para que lado as coisas vem acontecendo no decorrer dos anos. O uso dessa ferramenta se torna cada vez mais  poderosa. Tanto crianças como adultos se tornam praticamente hipnotizadas durante seu momento de uso e o  silêncio em casa vem se  intensificando cada vez mais  nas relações familiares.  No trabalho é adotado em determinadas empresas alguns métodos para impedir que funcionários comprometam o seu rendimento através do uso indevido das mídias sociais. A internet é um elemento poderoso,   interessante, instigante e facilitador, entretanto, alguns recursos que ela apresenta ou representa pode também transformá-la em poderosa ferramenta de destruição.  

A cada dia que passa  a população tende a se refugiar no mundo virtual. De forma grosseira tendo a dizer  que o real e o imaginário  tem entrado em competição na vida das pessoas. O imaginário ganha força deixando um vazio nas relações.  Alguns  pais desconhecem o que os filhos estão fazendo na internet e quase não existe diálogo ou momentos de laser ou confraternização familiar. Sem falar dos riscos que adolescentes e jovens correm ao entrarem com contato com pessoas perigosas e interessadas por determinadas formas de se obter determinados tipos de recompensa. 

  A internet veio como facilitadora apesar de estar sendo usada de forma inadequada em determinadas circunstâncias. Com ela  se ganha tempo para resolver questões da vida diária.   Quem não se atualiza com os avanços da internet tende a perder mercado, já que o lucro sempre foi a mola mestra do desenvolvimento social. Entendo que no mundo virtual existe uma localização  de pessoas que se aglomeram de acordo com os próprios interesses e você vai até elas de acordo com a sua necessidade. Se tornou uma memória e sem ela se torna cada vez mais inviável a sobrevivência. Interessados em chamar atenção as  empresas, profissionais e artistas precisam ir onde a maioria tem estado virtualmente. É muito difícil você passar pelas ruas e não enxergar alguém com um celular  navegando,  ou entrando em redes sociais para se comunicar.  Talvez seja a necessidade intensa do ser humano de querer se comunicar, se sentir aceito ou dizer quem é. Necessidade de querer não se sentir sozinho e por isso oferece uma possibilidade de exposição maior onde se pode chamar atenção.  O ambiente virtual é um lugar de exposição e dependendo dos fatos acaba sendo um ambiente maldoso, em que o anonimado possibilita as pessoas fazerem comentários. Hoje em dia quem não está conectado está fora do sistema. 

A psicologia é chamada a prestar atenção neste fato e ao mesmo tempo ir de encontro a este mundo para compreender como as pessoas estão agindo ou o que elas estão buscando. O profissional se depara com novas circunstâncias inusitadas e a cada dia com o obstáculo de repensar seu posicionamento ou suas abordagens e tendo a necessidade de abrir novos  espaços de discussão nesse novo formato em que a sociedade se apresenta . Não deixa de ser uma forma de isolamento e refugio, apesar de ser um progresso no qual não se consegue mais viver sem ela. 




Helena Cristiane 

Expressões faciais







"Expressões faciais que fazemos inconscientemente enquanto conversamos, e que podem revelar nossas verdadeiras emoções." (SuperInteressante fev/2013)


A microexpressão  é uma expressão facial involuntária mostrada na face do ser humano, quando este tenta esconder uma emoção . Elas costumam ocorrer em situações de tensão, onde as pessoas têm algo a perder ou a ganhar. Diferentemente das expressões faciais normais, é difícil disfarçar uma micro expressão.
Segundo o psicólogo norte-americano Paul Ekman as sete emoções universais são: nojoraivamedotristezaalegriasurpresa e desprezo. No entanto, Paul Ekman expandiu sua lista de emoções básicas, incluindo uma gama de emoções positivas e negativas dos quais nem todas são codificadas nos músculos faciais. Estas emoções são: diversãodesprezoexcitaçãoculpaorgulhoalíviosatisfaçãoprazer e vergonha. Tais expressões duram por volta de um quinto de segundo.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Yoani Sánchez




Escutar o outro é um princípio básico da democracia e da convivência pacífica. 



Yoani Sánchez é uma filóloga e jornalista cubana. Licenciada em Filologia em 2000 na Universidade de Havana, alcançou fama internacional e numerosos prêmios por seus artigos e suas críticas da situação social em Cuba sob o governo de Fidel Castro e de seu sucessor, Raúl Castro. É conhecida internacionalmente pelas críticas a ditadura em seu país. Ficou conhecida em todo o mundo depois de criar o blog Y, com críticas aos governos de Fidel Castro e Raul Castro. Suas opiniões são traduzidas em 15 idiomas e rodam o mundo. "Cuba é um país que eu chamo "ilha dos desconhecidos". O acesso a informação é muito limitado. Agora estou me informando do tanto de gente que me segue, me lê e quanta crítica também, diz.

Yoni esperou seis anos um visto de saída e visitou o Brasil no início de 2013. Em feira de Santana, na Bahia, antes do documentário falta de liberdade em Cuba, um grupo hostilizou a blogueira.

Fonte: http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2013/02/yoani-sanchez-chega-ao-brasil-em-meio-hostilidades.html



Edição do dia 18/02/2013

19/02/2013 00h52 - Atualizado em 19/02/2013 00h52


Visita ao Brasil:










Participação no Roda Viva:



Sobreviver calado: A verdade de Cuba 2











Um detalhe








"Poder  alcançar coisas e lugares que quase ninguém pode ir para atender um sonho  é um ato de coragem!"  helena




Lembro-me do primeiro dia que entrei na faculdade. Me sentia como um ET. Os professores falavam coisas pouco compreensíveis ao meu entendimento. Até que certo dia, uma professora pelo qual me agarrei na busca do saber disse que para melhor compreensão seria necessário não abrir mão da leitura. Com a leitura nosso cérebro se acostumaria com a nova forma de conhecer o conteúdo ministrado. Quando chegou a parte de escrever um texto sobre determinado assunto, quase tivemos um "ataque". Além da dificuldade de expressar no papel o que sabíamos, o mais difícil seria conseguir chegar ao nível do conhecimento que o professor estaria oferecendo a nós alunos. A minha ansiedade era insuportável e o tempo não favorecia.  Foi neste momento que alguns mestres começaram a pedir a cada um de nós que ao invés de escrever, pudéssemos falar  sobre a matéria ou opinar sobre as alternativas para que pudéssemos dar maior vazão a nossa sede de continuar seguindo no curso. Espaços eram abertos e construídos para que pudéssemos buscar o que estaria sendo oferecido. O início foi difícil é o "querer muito" uma primeira opção. 

 A nossa mania de escrever durante o momento de uma exposição de aula, praticamente estava sendo extirpada de nossas vidas  por alguns professores sem que percebêssemos  Escutar e entender para depois passar para o papel seria uma das fórmulas ideais no processo de aprendizagem. Meus olhos brilhavam quando via alguns professores conseguirem falar tantas coisas em uma frase! Me perguntei e ainda me pergunto mil vezes como fazer para construir frases perfeitas e de fácil compreensão. Mas nem todos os professores eram assim. Alguns me chamavam atenção neste pequeno detalhe no processo de ensinar. 

Foi pedido que pegássemos um artigo e tentássemos resumi-lo em duas paginas apresentando-o individualmente para a turma. Inicialmente o medo de não conseguir era nítido em nosso semblante além da falta de tempo que não colaborava. Mas isso foi muito pouco diante da elaboração do ultimo trabalho de curso. A leitura era fundamental todos os dias para a elaboração de um artigo que seria apresentado para uma banca com pessoas que não conhecíamos e que conheciam sobre o assunto.  Se tivéssemos seguido as orientações de alguns professores ao fato de ler sobre algum assunto desde o início do curso, talvez o aperto não teria sido tão grande.  Falo que foi o último e pior momento da faculdade, mas mas prazeroso e compensador porque a matéria e o interesse em aprender  foi maior. A minha primeira professora me disse uma frase que nunca me esqueço: "Helena, para conhecer, você não precisa sofrer. Não tem necessidade disso!" Entendi, com ela, que aprender não é sofrido e pode ser prazeiroso. No decorrer dos anos fez real sentido. Marcou minha história. Não me esqueço que esta professora teve um papel importantíssimo nos meus primeiros passos. Em três meses de curso já havia me ingressado  em tratamento psicoterápico e neste processo, várias vezes saindo do consultório,  ao entrar dentro da sala de aula, vinha esta professora ministrando na disciplina curricular o mesmo assunto que eu estaria tratando com minha terapeuta em consultório . Tal professora nunca soube deste fato. Quando alguém descobre que um psicólogo faz terapia se espanta e pergunta porque também passamos por este processo. Existem psicólogos que deixam esta ferramenta de lado. A terapia nos ajuda a ter um norte interno para lhe dar com o paciente e nos ajuda em vários momentos na profissão e na vida pessoal. A estudo é importante, entretanto, a terapia também precisa ser uma aliada no processo de formação do profissional de psicologia. Quanto mais se estuda e aprende, maior responsabilidade se adquire além de uma maior autonomia para conviver com as pessoas. Quando você lê e sabe da importância de algum assunto, você começa a tomar atitudes e a tentar resolver questões que não consegue sozinho. 

A leitura é fator preponderante para quem está iniciando e se torna uma responsabilidade para a formação profissional. Esta era uma das teclas mais batidas pelos professores durante toda a formação.É debruçando em cima dos livros  que você vai construindo sua formação. Saber escrever e interpretar é algo importante para quem quer seguir o rumo pelo qual a psicologia indica. Houve professores que muitas vezes largavam algo que estavam ministrando para falar deste assunto. Hoje compreendo como que foi valioso "perder" minutos da aula para uma conversa aberta com quem já estaria na área e sabia muito bem como seria o mundo aqui fora para o psicólogo. Não foram minutos perdidos mas ganhos e que valerão por toda a vida. 

Tenho saudades das aulas e do ambiente acadêmico. Lendo isso aqui, um professor pode se dar satisfeito, pois comigo a tarefa foi cumprida. Um psicólogo dando aula é diferente porque ele interpreta a aprendizagem como um todo e entende que a afetividade é um elemento importante para a transferência de determinado saber. Lembro-me que existiam aulas que as cadeiras eram postas sempre em círculos e que os debates calorosos sobre algum filme ou matéria, vinha recheada das experiências individuais e acadêmicas. Era muito engraçado ouvir as reclamações de alguns alunos quando o professor parava para ouvir a experiência pessoal de um colega diante da matéria vista. Após um longo tempo viemos a descobrir que estas escutas em sala de aula se tornariam posteriormente o que faríamos dentro de um consultório. A escuta é a ferramenta mais preciosa que o psicólogo tem. Não apenas escutar mas a interpretação ou a forma de entender como aquela informação esta chegando e para que ela está sendo colocada ali. Hoje, compreendo que tudo que vivenciamos no mundo acadêmico, mesmo sendo doloroso inicialmente, é proveitoso. A apresentação de trabalhos foi nos soltando e com o tempo percebíamos que aquelas dificuldades iniciais não mais faziam parte de nossa realidade. Pós faculdade, considero que minha visão é muito diferente do dia que me coloquei para fora , após cinco sagrados anos de estudos ininterruptos, sem feriado ou finais de semana. 

Penso que ensinar é uma tarefa árdua. Após um tempo fui compreender como é difícil alguém diminuir sua frequência no conhecimento para alcançar alguém que desconhece sobre determinado assunto. Diante de uma pessoa leiga, você não pode adotar uma linguagem pelo qual ela  não tenha condições de compreender, ou seja, não pode passar na frente diante de um processo que precisa acontecer naturalmente, caso contrário , não há motivo da psicologia existir. Conselheiros o mundo está cheio e a psicologia não se presta a este tipo de trabalho.  

 Uma das lições mais sagradas que pude entender no acadêmico, foram os atendimentos. Experiencia,  que praticamente trouxe amadurecimento e compreensão melhor sobre o que seria atuar como psicólogo e como você precisa utilizar deste mesmo mecanismo sem atropelar o tempo do outro. Dizem que o psicologo apresenta condições de perceber  o que a maioria não percebe. No decorrer dos anos somos adestrados a entrar em situações e estimulados a não desistir de um caso que aparentemente seja apresentado como impossível. 

Quando fui jogada na sociedade pós faculdade, tenho percebido com mais intensidade sobre a visão que as pessoas tem sobre a psicologia. É algo muito ilusório e que as vezes me espanta. Quando você chega em algum lugar e descobrem que você é psicologo ou faz o curso, o pessoal te enxerga como alguém diferente da turma. Isso me incomodava durante minha formação e tem me incomodado muito mais agora. Fico imaginando do porque as pessoas entendem a psicologia desta forma e como se comporta diante dela, inclusive nós mesmos que somos profissionais formados. Que cara estamos mostrando ou o que esta sendo mostrado sobre ela que fazem algumas pessoas terem uma percepção tão distorcida sobre a coerência que ela traz quanto ciência e profissão. Penso que existe um espaço entre ser psicólogo e estar psicólogo. Uma vez, ouvi um professor pelo qual tenho um carinho muito grande dizer que "estaria tendo medo de que pudessem acabar com a psicologia" e que os fatos observados até então estaria levando a esta realidade. Hoje compreendo o que ele quis dizer.  Existem coisas que me entristecem diante de colegas de profissão e outras que me sinto orgulhosa de ver. Considero que a Psicologia sempre será a Psicologia e o psicólogo em si apenas tende a ser alguém que estuda sobre o assunto e aplica em algum lugar diante do prazer de exerce-la profissionalmente e ter sua renda de sobrevivência ou não. Há profissionais e profissionais em todas as áreas, entretanto, a forma individual que cada um prossegue profissionalmente vem mais da sua formação pessoal e investimento para algum interesse. Minha marca foi registrada e no meu sangue vou seguindo a vida com ela, lembrando sempre que além de mim , existe uma multidão de coisas ainda a serem exploradas, aprendidas e conquistadas. Considero que na formação de valores do que foi me passado por alguns mestres comprometidos realmente com a profissão, em sala de aula, é o que me alivia em algumas circunstâncias. Cai a ficha de que ser psicólogo é muito mais do que ser alguém com um diploma e uma  profissão. É uma ciência que merece ser preservada e alimentada por bons profissionais. 

Loucura






 “A loucura ou insânia é segundo a psicologia uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos considerados anormais pela sociedade. É resultado de doença mental, quando não é classificada como a própria doença. A verdadeira constatação da insanidade mental de um indivíduo só pode que o sujeito não está doente da mente, mas pode simplesmente ser uma maneira diferente de ser julgado pela sociedade. Na visão da lei civil, a insanidade revoga obrigações legais e até atos cometidos contra a sociedade civil com diagnóstico prévio de psicólogos, julgados então como insanidade mental.” http://pt.wikipedia.org/wiki/Loucura

Este foi um dos temas que mais me chamou atenção na vida acadêmica. Tudo começou com uma viagem a Barbacena que é considerada hoje um grande produtor de frutos e flores, entretanto, por longos anos foi evidenciada como a cidade dos loucos devido a vários manicômios existentes na cidade. A justificativa técnica da medicina na época, considerava que Barbacena oferecia condições ambientais amenas propícias para a permanência de pessoas com doenças nervosas  na cidade. Os pacientes tenderiam a ficar menos arredios e colaborarem com o tratamento.

Tudo começou em 1903, quando a cidade foi escolhida para receber o primeiro hospital psiquiátrico de Minas Gerais. Milhares de pessoas foram chegando na cidade. Com isso várias pessoas com comportamento inaceitável para o padrão conservador da época, como homossexuais, ou mães solteiras, eram levadas para serem internadas,  o que fez com que realmente  o município fosse conhecido como a Cidade dos Loucos. Grande parte da vida não tinham qualquer contato com o mundo, enjauladas como animais e submetidas a tratamentos desumanos em condições sanitárias inadequadas e a todo tipo de tortura. É estimado que 60 mil pessoas possam ter morrido diante das condições precárias da instituição. Franco Baságlia, grande precursor da reforma da saúde mental da Itália  em visita a instituição em 1979, chegou a compara-la com um campo de concentração.



O museu da loucura é um local onde se pode ter uma maior noção do que as pessoas internadas no hospital psiquiátrico passavam. Lá se encontram equipamentos utilizados para o tratamento dos pacientes, imagens e histórias sobre o que ocorria naquela época. 

A lobotomia era um dos métodos  utilizados para tratamento dos pacientes na tentativa de melhorar ou curar os sintomas psiquiátricos levando a um estado sedado. É uma intervenção cirúrgica no cérebro, onde são selecionadas as vias que ligam os lobos frontais ao tálamo e outras vias associadas. É considerada uma técnica barbara da psicocirurgia não mais usada. Tal procedimento leva o paciente a um estado sedado e de baixa reatividade emocional. A imagem ao lado foi tirada dentro do museu da loucura em uma sala onde existe o crânio de um paciente que passou por este tipo de cirurgia e os instrumentos utilizados na época para a intervenção cirúrgica.


Hoje Barbacena é considerada a cidade das rosas e de lá para cá muitas mudanças ocorreram. A influência dos movimentos sociais com a reforma sanitária trouxe a luta manicomial. Não há mais manicômios. No Brasil a conquista de um Sistema Único de Saúde possibilitou o uso da medicação e melhores condições para tratamento de pacientes que antes eram chamados de pacientes com "doenças nervosas". No decorrer dos anos os pacientes começaram a serem tratados de forma mais humanizada. Hoje utilizamos o termo Saúde Mental . Houve progressos , entretanto, em época de evolução técnica à de se discutir ainda a situação de pacientes que permanecem em casa, convivendo com a família e que reclamam não receber o devido suporte para lhe dar com o paciente da saúde mental. 

Ainda existem muitas outras informações sobre Barbacena e sobre as mudanças ocorreram daquela época para cá. Há muito a se falar sobre Saúde Mental no Brasil sobre seus progressos e sua história. Tivemos a aprovação da Constituição, os movimentos sociais , a luta antimanicomial e vários outros avanços no decorrer de todos estes anos. Não existe mais hospital psiquiátrico daquela forma. As pessoas vivem em casa e são tratadas com medicamentos.  Sem manicômio surgiu também o problema do abandono. Existem  pacientes vivendo na rua em péssimas condições. Muito é discutido sobre questão da medicação e a forma de tratamento, mas ainda estamos a passos lentos de grandes conquistas neste setor da Saúde Mental.











O preconceito ainda é uma realidade













HINO DOS MALUCOS - RITA LEE