“A loucura ou insânia é segundo a psicologia
uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos considerados
anormais pela sociedade. É resultado de doença mental, quando não é
classificada como a própria doença. A verdadeira constatação da insanidade
mental de um indivíduo só pode que o sujeito não está doente da mente, mas pode
simplesmente ser uma maneira diferente de ser julgado pela sociedade. Na visão
da lei civil, a insanidade revoga obrigações legais e até atos cometidos contra
a sociedade civil com diagnóstico prévio de psicólogos, julgados então como
insanidade mental.” http://pt.wikipedia.org/wiki/Loucura
Este foi um dos temas que mais me chamou
atenção na vida acadêmica. Tudo começou com uma viagem a Barbacena que é considerada
hoje um grande produtor de frutos e flores, entretanto, por longos anos foi evidenciada como a cidade dos loucos devido a vários manicômios existentes na cidade. A
justificativa técnica da medicina na época, considerava que Barbacena oferecia
condições ambientais amenas propícias para a permanência de pessoas com doenças
nervosas na cidade. Os pacientes tenderiam
a ficar menos arredios e colaborarem com o tratamento.
Tudo começou em 1903, quando a cidade foi
escolhida para receber o primeiro hospital psiquiátrico de Minas Gerais. Milhares de pessoas foram chegando na cidade. Com isso várias pessoas com comportamento inaceitável para o padrão conservador da época, como homossexuais, ou mães solteiras, eram levadas para serem internadas, o que fez com que realmente o município fosse conhecido como a Cidade dos Loucos. Grande parte da vida não tinham qualquer contato com o mundo, enjauladas como animais e submetidas a tratamentos desumanos em condições sanitárias inadequadas e a todo tipo de tortura. É estimado que 60 mil pessoas possam ter morrido diante das condições precárias da instituição. Franco Baságlia, grande precursor da reforma da saúde mental da Itália em visita a instituição em 1979, chegou a compara-la com um campo de concentração.
O museu da loucura é um local onde se pode ter uma maior noção do que as pessoas internadas no hospital psiquiátrico passavam. Lá se encontram equipamentos utilizados para o tratamento dos pacientes, imagens e histórias sobre o que ocorria naquela época.
A lobotomia era um dos métodos utilizados para tratamento dos pacientes na tentativa de melhorar ou curar os sintomas psiquiátricos levando a um estado sedado. É uma intervenção cirúrgica no cérebro, onde são selecionadas as vias que ligam os lobos frontais ao tálamo e outras vias associadas. É considerada uma técnica barbara da psicocirurgia não mais usada. Tal procedimento leva o paciente a um estado sedado e de baixa reatividade emocional. A imagem ao lado foi tirada dentro do museu da loucura em uma sala onde existe o crânio de um paciente que passou por este tipo de cirurgia e os instrumentos utilizados na época para a intervenção cirúrgica.
Hoje Barbacena é considerada
a cidade das rosas e de lá para cá muitas mudanças ocorreram. A influência dos
movimentos sociais com a reforma sanitária trouxe a luta manicomial. Não há
mais manicômios. No Brasil a conquista de um Sistema Único de Saúde
possibilitou o uso da medicação e melhores condições para tratamento de pacientes
que antes eram chamados de pacientes com "doenças nervosas". No decorrer dos anos
os pacientes começaram a serem tratados de forma mais humanizada. Hoje utilizamos
o termo Saúde Mental . Houve progressos , entretanto, em época de
evolução técnica à de se discutir ainda a situação de pacientes que permanecem
em casa, convivendo com a família e que reclamam não receber o devido suporte para lhe dar com o paciente da saúde mental.
Ainda existem muitas outras informações sobre Barbacena e sobre as mudanças ocorreram daquela época para cá. Há muito a se falar sobre Saúde Mental no Brasil sobre seus progressos e sua história. Tivemos a aprovação da Constituição, os movimentos sociais , a luta antimanicomial e vários outros avanços no decorrer de todos estes anos. Não existe mais hospital psiquiátrico daquela forma. As pessoas vivem em casa e são tratadas com medicamentos. Sem manicômio surgiu também o problema do abandono. Existem pacientes vivendo na rua em péssimas condições. Muito é discutido sobre questão da medicação e a forma de tratamento, mas ainda estamos a passos lentos de grandes conquistas neste setor da Saúde Mental.
O preconceito ainda é uma realidade
HINO DOS MALUCOS - RITA LEE
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir